Durante os séculos XV e XVI eram realizadas as Grandes Navegações, conjuntos de viagens de longa distância feitas pelos europeus naquela época. O motivo principal disso foi o desejo de conseguir especiarias e artigos de luxo orientais na fonte, isto é, no próprio oriente. Porém no século XIV o comércio com o oriente era controlado por Árabes e Italianos. Como o Mediterrâneo estava controlado pelos Italianos, só restava uma alternativa para quem quisesse participar do comércio das especiarias: buscar um novo caminho para o Oriente. Com isso os Espanhóis se empenharam para realizar o périplo africano (dar a volta na África para chegar ao Oriente) e os portugueses realizaram a circum-navegação (sair do leste para chegar ao oeste).

Em 1492, Cristovão Colombo, a serviço dos reis da Espanha (Fernando e Isabel), com suas  três caravelas (Santa Maria, Pinta e Niña), chegou à América Central. O plano de Colombo constituía em buscar o Oriente navegando em direção ao Ocidente, ou seja, dando a volta no mundo; realizando a circum-navegação. O que ele não sabia era que no meio havia outro continente e, ao velejar cerca de dois meses, embalado por ventos fortes favoráveis, ele encontrou um novo continente. Porém, ele achou que o local era as ÍNDIAS.

Mais tarde, a notícia das terras americanas causou um tipo de guerra entre Portugal e Espanha, já que ambos queriam ter direitos sobre elas. Depois de muita discussão, os países chegaram num acordo, que foi assinado em 1494, denominado Tratado de Tordesilhas. Esse tratado riscou no mapa uma linha imaginaria a 370 léguas das Ilhas do Cabo Verde, que demarcavam o território da Espanha a oeste, e o território português a leste.

Após saber da viagem de Vasco da Gama para às Índias, a qual trouxe grandes lucros e realizou o maior sonho dos espanhóis (fazer o périplo africano), o rei português Dom Manuel decidiu enviar uma expedição as Índias.

Assim, em 9 de março de 1500, 13 caravelas saíram de Lisboa, comandadas pelo nobre Pedro Álvares Cabral. O objetivo dessa missão era afirmar o comércio Português com o Oriente.

Em 22 de abril de 1500 chegava ao Brasil as caravelas lideradas por Cabral. Alguns livros dizem que houveram incidentes e Cabral errou o caminho, e assim achou um novo território.A primeira vista, eles acreditavam tratar-se de um grande monte, e chamaram-no de Monte Pascoal, já que também estavam em semana de Páscoa. Eles desembarcaram no lugar onde hoje é Porto Seguro, na Bahia. No dia 26 de abril, foi celebrada a primeira missa no Brasil.

Após deixarem o local em direção à Índia, Cabral, na incerteza se a terra descoberta tratava-se de um continente ou de uma grande ilha, alterou o nome para Ilha de Vera Cruz. Após exploração realizada por outras expedições portuguesas, foi descoberto tratar-se realmente de um continente, e novamente o nome foi alterado.

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Primeiramente, o rei de Portugal resolveu não colonizar o Brasil porque o lucro obtido com as especiarias orientais era muito grande.

Mesmo assim, o rei enviou para cá expedições policiadoras e exploradoras. Em uma delas, foi descoberto o pau-brasil, árvore muito cobiçada por tingir tecidos e para construir móveis e casas. Os indígenas levavam grandes toras de pau – Brasil até os navios, e em troca, os portugueses davam alguns objetos que para eles era desconhecido, e assim os deixava curiosos e interessados pelo produto, e por isso ocorria essa prática chamada de escambo.

Porém, devido à concorrência, houve a queda no lucro das especiarias orientais. Além disso, estava acontecendo muitas ameaças externas (invasões) no país e houve o descobrimento de prata em Potosi (na atual Bolívia). Devido a essas ocorrências, o rei de Portugal (D. João III) resolveu colonizar o Brasil.

Com a colonização foi criada as capitanias hereditárias. Porém, poucas tiveram o sucesso esperado, exceto Pernambuco, São Vicente e posteriormente a Bahia. Assim, foram criados os governos gerais, para ajudar as capitanias em dificuldades e para o rei aumentar seu controle sobre o Brasil.

Mais tarde, com a morte do 3° governador geral, Mem de Sá , o território brasileiro foi dividido em dois governo: o governo do Sul (com capital em Rio de Janeiro) e o governo do Norte (com capital em Salvador). A divisão foi feita com o objetivo de melhorar a defesa e a administração do território. Porém, ela só durou seis anos.

Durante essa época do Brasil Colonial (1532-1808) a cana-de-açúcar era muito produzida aqui, já que o açúcar alcançava altos preços na Europa (e, com o pacto colonial, eles tinham que vender os produtos produzidos aqui exclusivamente para Portugal), o solo e o clima do nordeste era favorável e eles já sabiam como produzi-la.

A mão de obra usada nos engenhos (que produziam a cana) era, geralmente, escrava. Inicialmente, o trabalho era dos índios. Mais tarde, passou a ser dos africanos trazidos em tumbeiros (navios negreiros).

Com toda essa diversidade na “população”, muitos portugueses tinham filhos com indígenas e africanas, gerando novas raças, o que gerou consequentemente, a população brasileira nos tempos de hoje, com grande diversidade racial e alta miscigenação. 

Depois, em 1621, Portugal dividiu o território colonial em dois estados: do Maranhão (com capital em São Luís) e do Brasil (com capital em Salvador).

Em 1763, por fim, o território foi unificado, tendo como capital o Rio de Janeiro e permanecendo assim até o século XX.

Com o tempo, o Brasil foi, assim, evoluindo e gerando a sociedade que temos hoje nesse país.

Porém, para a Geografia, o Brasil só pode ser chamado de Brasil a partir do momento em que suas fronteiras políticas são definidas e reconhecidas, passando de fato a existir. Isso só aconteceu mais recentemente, no século XIX, após a Independência, quando deixamos de ser uma possessão colonial (1822).

Com a chegada e a ocupação do colonizador, no inicio do século XVI, o que se produziu não foi exatamente um novo país, mas uma ampliação das velhas fronteiras portuguesas.

O que se quer dizer é que, alguns séculos após o ano 1500, o Brasil não passava de uma extensão da geografia de Portugal.

Para a Geografia, isso se mantêm assim até a época que o Brasil se torna independente de Portugal. A partir daí, pode-se realmente chamar o Brasil de um país com própria geografia e com fronteiras.

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REFERÊNCIAS

LIVROS:

- História Sociedade & Cidadania

   Editora: FTD

   Autor: Alfredo Boulos Júnior

- Geografias do Mundo: Brasil

  Editora: FTD

  Autor: Marcos Bernardino de Carvalho

            Diamantino Alvez Correia Pereira